Para brasileiros, engenharia tem papel importante na solução da crise da água e energia

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Uma nova pesquisa do Datafolha divulgada neste mês corrobora a ascensão da questão ambiental como preocupação do país. Segundo o levantamento, 95% dos cidadãos acham que as mudanças climáticas já estão afetando o Brasil. Os entrevistados também apontaram soluções de engenharia como grande parte do remédio para as crises da água e energia.

Entre as soluções apontadas estão a redução do desmatamento, melhorias no transporte coletivo e investimentos em energias renováveis: 62% dos entrevistados estão dispostos a instalar um sistema de microgeração de energia solar em casa – equipamentos conhecidos por 74% da amostra.  Diante da hipótese de ter acesso a uma linha de crédito com juros baixos e a possibilidade de vender o excesso de energia para a rede elétrica, o percentual de interessados sobe para 71%.

Para nove em cada dez entrevistados, as crises da água e energia têm relação direta com as questões ambientais, sendo que para 74% há muita relação entre a falta de água e luz e as mudanças climáticas. No dia 13 de maio, o governo do Espírito Santo, através da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), mudou para cenário de atenção o cenário de alerta sobre a situação hídrica no Estado. Segundo o governo, a vazão dos rios é 40% menor do esperado para o período. A estiagem que atinge o Estado acarreta impactos sobre os mananciais, gerando a pior crise hídrica dos últimos 40 anos.

Painéis solares

A microgeração distribuída de energia via processo solar fotovoltaico (placas solares) foi tema de evento realizado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Espírito Santo (Senge-ES) no ano passado. O sistema permite que um consumidor produza sua energia e acumule créditos sobre a geração excedente em sua casa ou indústria.

O processo solar fotovoltaico é uma tecnologia que transforma a luz em energia. Essa alternativa energética e de suas eminentes oportunidades profissionais foram o tema da palestra A Energia Fotovoltaica no Brasil. O evento é uma realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Espírito Santo (Senge-ES) em parceria com o Conselho Regional de Agronomia e Engenharia do Espírito Santo (Crea-ES).

“O Espirito Santo tem uma entre as 158 instalações cadastradas no banco de dados ANEEL. É uma instalação residencial”, contabilizou o especialista em energia fotovoltaica, Hans Rauschmayer. Atualmente, a microgeração de energia enfrenta vários entraves. Há carência de linhas de financiamento e isenção de impostos como o ICMS que incide na geração de eletricidade por meio de painéis solares.

Na pesquisa feita pelo Datafolha, os consultados enumeraram vantagens da instalação dos painéis solares. Foram enumerados como benefícios da tecnologia: redução nas despesas com eletricidade (82%), a redução dos impactos de secas prolongadas (77%), a segurança e confiabilidade dessa fonte (70%) e o fato de que se trata de uma alternativa às hidrelétricas (69%).  Os moradores das regiões Sudeste e Nordeste foram os que demonstraram maior entusiasmo com o tema.

Atuação governamental

Sobre a atuação do governo, a pesquisa Datafolha mostra que o brasileiro tem uma percepção bastante crítica: para 48%, o governo federal está fazendo menos do que deveria em relação às mudanças climáticas; para 36%, ele simplesmente não está fazendo nada. Os mais críticos são os brasileiros das regiões Nordeste e Sudeste. Mas, para dois terços da amostra (66%), o Brasil deveria assumir uma posição de liderança no enfrentamento do problema em nível internacional. No Nordeste, esse índice chega a 74%.

Somente no ano de 2013 o governo federal investiu 18,4 bilhões de reais em tratamento de água e esgoto no Brasil. Entretanto, 36,95% da água tratada foi desperdiçada, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades.

A pesquisa

A pesquisa foi realizada entre 11 e 13 de março de 2015. O Datafolha ouviu 2.100 pessoas em todas as regiões do país. A pesquisa foi encomendada pelo Observatório do Clima e pelo Greenpeace Brasil.

O Datafolha utilizou metodologia quantitativa, realizando entrevistas pessoais e individuais em pontos de fluxo populacional de 143 municípios de pequeno, médio e grande porte com pessoas com mais de 16 anos de idade. A margem de erro para o total da amostra é de 2,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

Leia a pesquisa do Datafolha aqui.

 

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