Sustentabilidade em foco

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Especialistas do setor florestal estarão no Crea-ES nesta quinta-feira (11) para o Seminário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, que tem como temática central “Floresta, Preservação, Produção e Mudanças Climáticas. O evento, que é uma iniciativa do Grupo de Trabalho (GT) de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Conselho, acontece de 18 às 22 horas no auditório da instituição em Bento Ferreira. O evento é aberto ao público e já está com as inscrições abertas no site do Crea-ES.
Quatro palestras fazem parte da programação do evento e serão ministradas pelos Engenheiros Florestais Joésio Siqueira, José Carlos Carvalho, Tiago Godinho e Fernando Schettino.
Segundo a coordenadora do GT de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Eng. Florestal Simone Coutinho, o evento irá abordar sobre aquecimento global e o esgotamento dos recursos naturais, e esclarecer que esses problemas não giram ao redor da sustentabilidade, mas sim da insustentabilidade.
“A sustentabilidade está associada aos processos que podem se manter e melhorar ao longo do tempo. Já a insustentabilidade comanda processos que se esgotam, que não se mantêm e tendem a morrer, e isso não depende apenas das questões ambientais, pois seus aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais são igualmente fundamentais”, explica.
A atuação dos profissionais da Engenharia e da Agronomia que protagonizam esse cenário com a apresentação de soluções técnicas também será evidenciada na ocasião.
Florestas geram 113 mil empregos no ES
O Eng. Florestal Joésio Siqueira, que é doutor em Economia e Política Florestal, ministrará a primeira palestra da noite, com o tema “A produção florestal e sua contribuição para a economia brasileira”.
Segundo Siqueira, o Brasil tem 7,7 milhões de hectares de florestas plantadas, que além de responderem por 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, geram cerca de 1 milhão de empregos para os brasileiros. Deste total, 113 mil ficam no Espírito Santo nas mais variadas áreas, desde cargos de gerência em unidades industriais e logísticas até a mão de obra mais simples, como funções em oficinas mecânicas próximas as plantações e indústrias florestais.
“O Brasil exporta 15% de toda a celulose do mundo, que equivale a 5,2 bilhões de dólares girando na economia. A maior fábrica do segmento do mundo, a Fibria, está no Espírito Santo e, por isso, 20% de tudo que é exportado no país sai de solo capixaba”, revela.
Estoques de carbono estão concentrados nas florestas

“O novo papel das florestas na era das mudanças climáticas” é o segundo tema a ser abordado. Desta vez pelo ex-ministro de Meio Ambiente, Eng. Florestal José Carlos Carvalho, que chamará a atenção para a importância das florestas como verdadeiros estoques de carbono.

De acordo com o ex-ministro, a visão direcionada às florestas sempre foi de natureza economicista, relacionada aos bens madeireiros que a floresta produz, mas desde o Acordo de Paris sobre o Clima, desenvolvido pela ONU em dezembro de 2015, trabalha-se com o conceito de compromisso. O Brasil, por exemplo, que aderiu ao acordo, deverá reduzir em 37%, até 2025, as emissões de gases de efeito estufa, e em 43% até 2030. E só consegue fazer isso se aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para 18% até 2030, além de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas.

“Precisamos de uma mudança drástica. É necessário que investimentos em capacitações institucionais e operacionais sejam feitos o mais breve possível”, alerta José Carlos.

Intensificação do sistema agroflorestal é fundamental
Tiago Godinho, Eng. Florestal e pesquisador do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), também estará presente abordando o tema “Intensificação ecológica visando a produção de produtos florestais madeireiros e não madeireiros”.
Godinho explica que 30% do território capixaba possui silvicultura, o que corresponde a aproximadamente 900 mil hectares. Para ele, para que funcione o lado social, econômico e ambiental, é fundamental que haja intensificação no sistema agroflorestal, pois uma cultura sustenta a outra.

“A intensificação de processos ecológicos diminui o uso de insumos, como o agrotóxico, por exemplo. Além de ser uma ótima opção para recuperação de áreas degradadas”.
O código florestal
O professor da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), Eng. Florestal Luiz Fernando Schettino, que também é doutor em Ciência Florestal, finalizará o ciclo de palestras abordando o tema “O código florestal – Análise de Preservação dos Imóveis Rurais no ES”. Na ocasião, o palestrante irá relançar seu livro de mesmo nome.

Schettino revela que falará sobre a questão histórica do Código Florestal, evidenciando sua importância e verdadeiro papel. “As pessoas acham que o código não tem influência na cidade, nos impostos e empregos, mas tem. Vou aproveitar a ocasião para falar detalhadamente sobre isso”, conclui.

Evento Senge-ES

Fonte: Crea-ES

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