Pelas engenheiras!

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Há mais de um século o Dia Internacional da Mulher (8 de março) representa o esforço das mulheres pela igualdade de direitos econômicos, sociais e trabalhistas. Essa também deve ser uma luta constante nas organizações da classe trabalhadora. Isso significa transversalizar à questão de gênero no movimento sindical e promover ações e políticas de acolhimento às mulheres.

As incipientes políticas públicas específicas para a mulher no campo do trabalho, educação, moradia e renda, redobram a responsabilidade dos atores do mundo do trabalho pela igualdade de oportunidades e tratamento para todos e todas. Nesse sentido, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Espírito Santo (Senge-ES) instituiu seu Coletivo de Mulheres no final do ano passado para intensificar suas atividades pelo respeito as identidades e ao pertencimento das engenheiras.

O lançamento do Coletivo de Mulheres marcou um salto na política de gênero do Senge-ES em prol das mulheres trabalhadoras. O intuito é abrir as portas para a participação das profissionais nas atividades sindicais. Para tanto, uma pauta que contemple as especificações de gênero foi adotada. Novas cláusulas foram adicionadas nas Negociações Coletivas tendo em vista necessidades especificas das mulheres.

Essa agenda inclusiva já está sendo posta em prática, mas muito ainda precisa ser feito. Trabalhadoras permanecem sofrendo discriminação simplesmente pelo fato de serem mulheres. Carregam o fardo da dupla jornada e recebem menos que um profissional com formação e função equivalentes. Infelizmente, algumas especialidades da engenharia ainda apresentam uma diferença de quase 30% nos salários entre homens e mulheres.

Também é preciso haver equiparação na formação dos quadros dos conselhos técnicos e sindicatos da categoria. O fato é que tal equilíbrio só se efetivará com a solidificação das políticas pela igualdade de gênero nos espaços sindicais, esse processo irá permitir que as profissionais se reconheçam nesses espaços políticos e os ocupem.

Além disso, no Espírito Santo, a pauta de luta da igualdade de gênero transcende o âmbito público, invadindo também a esfera privada. Agressões domésticas e familiares apontam a necessidade de enfrentar a violência sexista. É verdade que o Estado teve redução de 34% no número de mortes de mulheres no ano passado, mas ainda fica no topo do ranking quando o assunto é homicídio de mulheres – perdendo apenas para Roraima. Neste ano foram nove casos de feminicídio, até 26 de janeiro. São cinco casos a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado.

É preciso trabalhar para que as mulheres possam ser cidadãs plenas e isso deve ser uma luta diária das mulheres e também dos homens. Celebrar o Dia Internacional da Mulher é valorizar autonomia e trajetória de luta feminina, bem como a necessidade de continuar construindo uma sociedade que aceite a diversidade e respeite as diferenças.

Que esse dia 8 de março renove nossa ação pelas transformações tão necessárias para que os direitos e oportunidades alcancem todos em igualdade.

Parabéns mulheres! Parabéns engenheiras!

Saiba mais sobre o Dia Internacional da Mulher em https://goo.gl/eHtlCX

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