O Índice Global de Inovação 2013 mostra que Brasil caiu seis posições em relação a 2012, alcançando o 64º lugar, em movimento semelhante ao da maioria dos países emergentes. Divulgado em 1º de julho, o ranking produzido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), instituto Insead e Universidade Cornell mostra que o País é apenas o oitavo colocado na América Latina e Caribe, atrás de Chile (46º), Uruguai (52º), Argentina (56º) e México (63º). Em comparação com 2011, a queda brasileira foi de 17 posições.
O desempenho do Brasil só não foi pior porque novos critérios de avaliação foram introduzidos e garantiram boas posições relativas ao País. O resultado brasileiro foi particularmente ruim nos índices que avaliam instituições (95º) – ambientes políticos, regulatórios e empresariais –; sofisticação do mercado (76º) – crédito, investimento e competitividade –; pesquisa e capital humano (75º) – educação e P&D –; e resultados de atividade criativa (72º) – ativos intangíveis, bens e serviços criativos e criatividade online. Em 2012, o Brasil era o segundo melhor colocado da sua região, atrás apenas do Chile. O estudo anual vem mostrando uma oscilação da posição brasileira no cenário mundial da inovação: em 2009, no 50º lugar; em 2010, no 68º; em 2011, no 47º; e, em 2012, 58º lugar.
Novos critérios:
“O excelente desempenho relativo do Brasil em indicadores-chave introduzidos neste ano mostra forças que não haviam sido capturadas nas edições anteriores”, ressalta o estudo. Entre esses indicadores positivos estão o índice de artigos científicos citados (22º lugar), proporção de produtos de alta e média-alta tecnologias fabricados (22º), nota média das três melhores universidades – USP, Unicamp e UFRJ – segundo o ranking QS (24º), proporção de royalties e licenças recebidos em relação ao total de serviços exportados (29º), gasto doméstico bruto em P&D de empresas em relação ao Produto Interno Bruto (36º) e famílias de patentes requeridas em ao menos três escritórios (42º). Sem a nova metodologia, o Brasil teria caído 11 colocações em relação ao ano passado.
Disseminação geográfica:
O Índice Global de Inovação vem mostrando ao longo dos últimos anos que a inovação tem se tornado mais disseminada e dispersa geograficamente. “Apesar de os países de renda alta dominarem a lista, vários novos atores apresentaram melhora em seus resultados e capacidade de inovação”, afirma o relatório. O estudo defende que esse fenômeno deverá continuar, já que os mercados emergentes não registraram as mesmas quedas de investimento em P&D durante o auge da crise financeira. Entre esses países com boas perspectivas, diz o estudo, estão China, Brasil, Argentina, Polônia, Índia, Rússia, Turquia e África do Sul. Entre os BRICs, o movimento em 2013 foi de queda na lista: a China caiu uma posição, para 35º; a Rússia perdeu 11 lugares, ficando em 62º; e a Índia recuou duas colocações, alcançando o 66º lugar.
Fonte: Unicamp