Em 1981, durante o I Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, realizado em Bogotá, na Colômbia, designou-se o dia 25 de novembro como Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher. Esta data foi escolhida em lembrança das irmãs Minerva, Pátria e Maria Tereza Mirabal, ativistas conhecidas como “Las Mariposas” que foram perseguidas e assassinadas durante a ditadura de Leonidas Trujillo, na República Dominicana.
As irmãs Mirabal tiveram sua casa e bens retirados pelo ditador e então decidiram se opor ao governo. O ato desencadeou a ira de Trujillo, que não cessou as torturas e violência contra as três mulheres.
Ainda que a causa da luta não fosse isolada, o movimento por si só não conseguia parar os atos criminosos do ditador. Então, em 25 de novembro de 1960, o autocrata fez uso de seu poder – sustentado pela covardia – e ordenou que as irmãs fossem executadas. No entanto as mortes não silenciaram o povo que, munido de mais indignação, deu continuidade à causa. Em maio de 1961, Trujillo foi assassinado.
A partir de 1991, a campanha ganhou força quando 23 mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (Center for Women’s Global Leadership – CWGL), decidiram promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. Hoje, cerca de 130 países desenvolvem esta campanha, conclamando a sociedade e seus governos a combater a violação dos direitos humanos das mulheres.
Para Simone Baía, Diretora do SENGE-ES e Diretora da Mulher da FISENGE, este é também um dia de reflexões coletivas sobre o enfrentamento da violência de gênero, que mais prejudica a qualidade de vida das mulheres. “É um tipo de violência que gera insegurança e vários danos, tanto físicos quanto emocionais, e se faz presente em todos os lugares, por alegações aparentemente fúteis”, afirma a diretora. “A violência de gênero carrega uma carga de preconceitos sociais, disputas, discriminação, competições profissionais e herança cultural machista”, sentencia.
A ONU reconheceu a data em março de 1999, alterando discretamente seu nome para Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. O reconhecimento desta data pode ser considerado uma grande vitória do movimento de mulheres da América Latina.