Desafio da água no ES é oportunidade para engenheiros, agrônomos e meteorologistas

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O tema da água influencia como nunca na rotina de pessoas e no processo produtivo de alimentos e produtos. Soluções para o desafio hídrico nunca foram tão necessárias. O que enseja ser o maior desafio deste século, provavelmente será também nicho de oportunidade profissional e crescimento cientifico. A relação dos capixabas, das empresas e da agricultura com os recursos hídricos terá que mudar. A pior seca da história do Espírito Santo impõe a sede por ideias e iniciativas que a atenuem. Claro que isso passa pela engenharia, agronomia, geologia, meteorologia e carreiras afins.

Obras de infraestrutura, como a construção de barragens, otimização de serviços de previsão do tempo, pesquisas com espécies nativas mais resistentes ao clima seco, bem como iniciativas de reflorestamento e localização de nascentes necessitam de profissionais e novas ideias. São alternativas que se abrem frente a necessidade que temos hoje de fechar as torneiras.

Uma pesquisa recente da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o uso racional de água colocou o Brasil como o 12º país que mais desperdiça o recurso no mundo. Tal dado indica que cada brasileiro consome mais de 180 litros por dia, sendo que a indicação é de cerca de 110 litros/dia. A alta despesa em nosso País se dá no setor agrícola, com desperdício de água tratada chegando a 70%, enquanto o setor industrial consome 22% e o uso residencial é de 8%. Os números demostram que existe lastro para melhorar a relação que os brasileiros têm com a água.

Toda essa evolução será feita via ciência, tecnologia e o trabalho de muitos profissionais. Pelas próximas décadas a questão hídrica deve impulsionar grandes empreendimentos de engenharia no Brasil e do Mundo. A engenharia pode contribuir com tecnologias inovadoras para economizar água nas empresas, residências e no campo agrícola. Todos esses nichos terão que se adequar. Existe campo e investimentos tanto no setor público, quanto privado.

Investimentos públicos movimenta o mercado da água

Investimentos governamentais na gestão hídrica e na produção de água serão uma constante de governos nos próximos anos. Isso já começou no Espírito Santo com previsão de obras de infra estrutura (barragens), programas de reflorestamento e de saneamento. Existe previsão de que 80 mil hectares sejam recuperados no Estado até 2020. Além disso, existe estimativa de que serão construídas 60 barragens para múltiplos usos até 2018, uma linha de crédito especial será aberta para o financiamento de outras 2 mil barragens em todo o território capixaba. Também já existem editais públicos de pesquisa abertos neste sentido. Novas linhas de pesquisa estão por ser iniciadas. Terão foco justamente na água. A Secretária de Agricultura do Espírito Santo deve liberar R$ 14 milhões na iniciativa.

Recente financiamento público também deve aquecer o mercado em torno da questão hídrica no Espírito Santo. Com investimento total de R$ 1,29 bilhão para os próximos seis anos, o Programa de Gestão Integrada de Águas e Paisagem‏ foi assinado no dia 28 de outubro e engloba ações em todo o ciclo hidrológico, da preservação de nascentes e produção de água, até a otimização de distribuição e tratamento dos recursos hídricos. As primeiras obras desse programa tem previsão de começar ainda este ano.

Nove municípios do interior terão os serviços de esgotamento sanitário universalizados, investimento total de R$ 115,3 milhões. O edital para inicio das obras já está em análise no Banco Mundial, parceiro no financiamento com US$ 225 milhões – os outros US$ 98 milhões serão a contrapartida do Estado por meio da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan). As primeiras obras estão orçadas em R$ 70 milhões. A previsão é de que em 60 dias já sejam licitados os esgotamentos sanitários de Ibatiba, Dores do Rio Preto, Irupí e Iúna.

As cidades que terão 100% do esgoto estão situadas na região do Caparaó e nas bacias dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória. Serão beneficiando 168 mil pessoas nesses municípios, mas a ação vai além já que o rio Santa Maria abastece 60% da região Metropolitana de Vitória e o rio Jucu 40%. As cidades contempladas são Ibatiba, Dores do Rio Preto, Irupi, Iúna, Conceição do Castelo, Divino São Lourenço, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Marechal Floriano. As cidades foram incluídas pela baixa ou quase zero cobertura de coleta e tratamento de esgoto.

Além disso, posteriormente estão previstas sistemas de esgotamento sanitário em Conceição do Castelo e Divino São Lourenço (Região do Caparaó). São obras orçadas em R$ 20,1 milhões. Vale lembrar que nessa região formam-se rios que dão origem às Bacias do Itabapoana e Itapemirim. Ambas abastecem grande parte da população da Região Sul do Estado.

Plano Estadual de Recursos Hídricos

O Plano Estadual de Recursos Hídricos será um documento de planejamento para fundamentar e implementar o gerenciamento dos recursos hídricos do Estado a longo prazo. Deverá conter um diagnóstico atualizado sobre a situação dos recursos hídricos, análise de crescimento demográfico, expansão de atividades produtivas e identificação dos potenciais conflitos. Também fazem parte do plano as metas de racionalização do uso da água e critérios para cobrança desse recurso. Em suma, é um documento com peso legal de como sociedade, instituições e empresas devem lidar com a água.

 

 

O Espírito Santo possui Lei (10.179/2014) que prevê a criação desses instrumentos de gestão dos recursos hídricos. O esforço agora é para que eles sejam de fato efetivados. A realidade é que o marco legal do Plano é apenas o início. Depois de criada a Lei, ele deverá ser cumprida. A fiscalização das regras da água vai necessitar de mão de obra especializada, bem como abrir mercado de consultorias para empresas urbanas e agrícolas que precisem se adequar as novas regras. O Plano tem previsão de sair em pouco mais de dois anos.

O Espírito Santo possui Lei (10.179/2014) que prevê a criação desses instrumentos de gestão dos recursos hídricos. O esforço agora é para que eles sejam de fato efetivados. A realidade é que o marco legal do Plano é apenas o início. Depois de criada a Lei, ele deverá ser cumprida. A fiscalização das regras da água vai necessitar de mão de obra especializada, bem como abrir mercado de consultorias para empresas urbanas e agrícolas que precisem se adequar as novas regras. O Plano tem previsão de sair em pouco mais de dois anos.

 

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