A história é feita por nós! – Nota da Fisenge sobre as mobilizações nacionais:

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Nota Fisenge:

 

As ruas das principais capitais do Brasil foram ocupadas por uma onda de manifestações. A insatisfação da população vem de muito tempo, principalmente, devido às consequências das grandes obras e gastos com megaeventos. Eram esperados investimentos, que melhorassem a vida da população com mobilidade urbana, aumento na renda, geração de emprego, qualidade no transporte público, investimento em saúde e educação, construção de moradias, etc. E não foi exatamente o que aconteceu. Estas questões, aliadas ao aumento repentino da tarifa de ônibus, culminaram na histórica mobilização popular com milhares de pessoas nas ruas. Em algumas cidades, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, a polícia militar e o batalhão de choque agiram com violência e repressão, mesmo diante de manifestações pacíficas. Ressaltamos a importância da retomada das lutas com mobilização das grandes massas populares e entendemos que a luta não se estreita à redução da tarifa. Trata-se de uma questão estrutural, e não conjuntural. O exercício da democracia se dá nas ruas e é tarefa dos movimentos sociais e sindicais apresentar uma pauta de mudanças para a ampliação de direitos políticos e sociais e aprofundamento das reformas de base. Dentre estas reformas podemos destacar a necessária reforma política e a democratização dos meios de comunicação. Antes, os veículos caracterizavam, em suas manchetes, os manifestantes como vândalos e, agora, como pacíficos. A imprensa cumpre o papel de disputar a hegemonia da sociedade e começa a dar sinalizações de que está disputando o movimento para setores conservadores. É preciso ocupar as ruas com politização e bandeiras históricas dos movimentos. O protagonismo popular é essencial para a radicalização da democracia e é central para o fortalecimento do Estado, na garantia de direitos universais. Consideramos as manifestações legítimas no processo democrático e a violência policial ataca um direito fundamental constitucional, que é a livre manifestação popular. Somos solidários aos manifestantes e repudiamos a ação violenta da polícia militar e de pessoas infiltradas nas manifestações, com o claro objetivo de desmobilizar e desqualificar o ato com vandalismo. Também reforçamos a importância da abertura de canais de diálogo entre os movimentos e os respectivos governos e prefeituras. Que a mobilização popular provoque mais avanços sociais no país, jamais um retrocesso.

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