O segundo dia do 11º Congresso Estadual do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Espírito Santo refletiu sobre o papel da ciência tecnológica frete ao desafio da gestão hídrica. Além disso, as reformas Trabalhista e da Presidência foram o cerne dos debates da segunda mesa.
O desafio hídrico
Os rejeitos de minério vazaram com o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), desencadearam uma onda de lama que desceu por todo o Rio Doce e chegou ao litoral do Espírito Santo no dia 21 de novembro de 2015. O tema da água influencia como nunca na rotina de pessoas e no processo produtivo de alimentos e produtos. Soluções para o desafio hídrico nunca foram tão necessárias. O que enseja ser o maior desafio deste século, provavelmente será também nicho de oportunidade profissional e crescimento cientifico.
O presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce, Leonardo Deptulski, refletiu sobre o desastre de Mariana e as consequentes ações pela revitalização do Rio Doce. O ex-prefeito de Colatina reforçou que as ciências tecnológicas estão no centro das soluções sustentáveis.
“A agua é um bem extremamente precioso. Mais que energia, pois mobiliza de forma desesperadora. Existem muitos processos de engenharia envolvidos na solução dos desafios hídricos. Queremos ter o esgoto tratado de todos os municípios da calha do Rio Doce”, disse.
Resistência Social e Sindical
Já a mesa Resistência Social e Sindical reuniu o juiz titular da 3º Vara do Trabalho de Vitória, Dr. Marcelo Tolomei; o procurador do Ministério Público do Trabalho, Dr. João Hilário Valentim; e o presidente do SINERGIA e Diretor da CUT, Edson Wilson. Os especialistas debateram a perda de direitos inerentes as Reformas da Previdência e Trabalhista.
“Chamaria o momento atual de critico. Vivemos perspectiva entesa neoliberal para o mercado de trabalho. Ideias de que a Negociação Coletiva pode diminuir direitos. Um mercado de trabalho que impõe ao trabalhador uma corda bamba. O fim da estabilidade. São mudanças que relativizam direitos e só interessam ao capital e mercado financeiro. Precisamos dar uma resposta para minimizar os efeitos devastadores para o campo social trabalhadores”, disse Dr. Marcelo Tolomei.
“Reformas atendem as empresas, não os trabalhadores. Acho que isso vai nos dar combustível para trabalhar na resistência dessa legislação. Esta falta de inserir os segmentos sociais nessa discussão vai trazer dificuldade de aceitação dessa legislação nas relações de trabalho e na sociedade. A participação dos sindicatos nesse processo seria muito importante”, reforçou Dr. João Hilário Valentim.
“No momento que dávamos sinal de reconquista e avanços, veio agora um movimento que tem como alvo aumentar produtividade sem pagar mais por isso. Não há debate. O Congresso que faz reformas é financiado pelos empresários”, defendeu Edson Wilson.