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Reforma do Código Penal:MULHERES PERDEM DIREITOS!Segundo relatório do Ministério da Justiça, a cada cinco minutos uma mulher é agredida no país. Apesar desses números, o aparato legal que pune esse tipo de crime caminha para um retrocesso. Algumas alterações previstas no projeto de reforma do Código Penal simplesmente eliminam garantias conquistadas na Lei Maria da Penha, feita justamente para tentar solucionar o problema da violência doméstica. A proposta de reforma do Código Penal é abrangente, revoga 110 leis, reduzindo 1.700 comportamentos classificados como crimes para cerca de 800. O problema é que, entre esses, estão os atos de violência contra mulher. De acordo com as novas diretrizes, uma agressão doméstica (crime de lesão corporal) deixaria de ser punida com reclusão. Penas alternativas seriam aplicadas ao agressor. Sendo assim, o parágrafo nono da Lei Maria da Penha (que previa aumento de pena nesses casos) simplesmente foi eliminado. Além disso, o texto não menciona situações de estupro como, por exemplo, o estupro corretivo – aquele que é realizado com a finalidade de “cura” da homossexualidade –, e, em alguns casos, prevê a exclusão do estupro mediante fraude – aquele que é feito por meio de drogas, como no golpe “Boa Noite Cinderela”. Também existem novas disposições para que um aborto seja considerado crime. Tramitação: Veja alguns principais focos de retrocesso |
Direitos da mulherEvolução histórica, até agora. A evolução dos direitos da mulher no Brasil é pontuada por eventos marcantes. Trata-se de uma trajetória lenta que tem inicio em 1932, ano em que puderem começar a votar. Em 1955 podiam ocupar postos e funções públicas. Com o advento do Estatuto da Mulher Casada, em 1962, ganharam o direito de exercer profissão lucrativa e, em 1977, de se divorciar.
Depoimentos: “As alterações apresentadas ao novo código penal que propõem diminuir as punições nos casos de violência contra a mulher vão na contramão da cidadania e dos direitos iguais. A sociedade brasileira e mundial quer e precisa de avanços na Legislação onde o transgressor possa ser punido e não ser absorvido. As mulheres agredidas estão sendo vítimas duas vezes, uma pelo seu agressor e outra pelos que querem a qualquer custo implantar uma nova lei que absorve o agressor. Tenho a certeza que a população é contra as mudanças que afetam a lei Maria da Penha" “Qualquer mudança do Código que diminua qualquer lei que protege as mulheres da violência é um atraso. Na verdade, os direitos das mulheres deveriam ser aumentados, não diminuídos. É um retrocesso. Cabe a sociedade e o movimento sindical não cruzar os braços. É preciso sensibilizar os deputados e senadores. Caso aprovadas, essas alterações serão muito prejudiciais, principalmente aos estados que, como o Espírito Santo, infelizmente são recordistas em violência contra mulheres” |
Mapa da Violência Contra Mulher 2012:
GRANDE VITÓRIA: • O Espírito Santo é apontado como estado mais violento para as mulheres. São 9,4 homicídios por 100 mil. E o que mata menos é o Piauí, com 2,6 homicídios por 100 mil mulheres. • Grande Vitória registra quase um caso de violência contra a mulher por hora. No ano passado, segundo a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), foram 8,3 mil ocorrências. Na capital, 180 homens foram presos, o dobro em relação a 2010. • Dez mulheres pedem proteção contra agressores por dia no ES. Nos primeiros cinco meses de 2012, foram registrados 1591 pedidos. De acordo com o Tribunal de Justiça, são 300 novos casos por mês. • Em 2011, no município da Serra, na Grande Vitória, 1.054 mulheres pediram proteção a Justiça. Já em 2012, Vila Velha, na mesma região, lidera esse ranking com são 594 medidas protetivas até o mês de agosto. • Mulheres devem comparecer na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) sempre que sofrerem qualquer tipo de violência, seja verbal, psicológica, física ou sexual. No site da Polícia Civil, as mulheres podem encontrar os telefones e endereços das delegacias. A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) anunciou recentemente que as delegacias especializadas em violência contra mulher vão funcionar 24 horas. Na capital, a DEAM se localiza no bairro Santa Luiza, e o telefone é 3317-9115. • De 1996 a 2010 as taxas de assassinatos de mulheres permanecem estabilizadas em torno de 4,5 homicídios para cada 100 mil mulheres. Espírito Santo, com sua taxa de 9,4 homicídios em cada 100 mil mulheres, mais que duplica a média nacional e quase quadruplica a taxa do BRASIL: • A cada cinco minutos, uma mulher é agredida no país, segundo relatório do Ministério da Justiça. • De 1980 a 2010, foram assassinadas no país perto de 91 mil mulheres no Brasil, 43,5 mil só na última década. O número de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6% – mais que triplicando – nos quantitativos de mulheres vítimas de assassinato. • Entre os homens, só 14,7% dos incidentes aconteceram na residência ou habitação. Já entre as mulheres, essa proporção eleva-se para 40%. • Duas em cada três pessoas atendidas no SUS em razão de violência doméstica ou sexual são mulheres; em 51,6% dos atendimentos foi registrada reincidência no exercício da violência contra a mulher. • Seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica. • Machismo (46%) e alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência. • 94% conhecem a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem seu conteúdo. A maioria das pessoas (60%) pensa que, ao ser denunciado, o agressor vai preso. • 52% acham que juízes e policiais desqualificam o problema. Fontes: G1 Espírito Santo e Pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil, realizada pelo Instituto Avon / Ipsos em 2011. |